Esta edição especial foi produzida conjuntamente pelo Jornal da Comunicação Corporativa, informativo Jornalistas&Cia e Rádio Mega Brasil Online, numa iniciativa inédita. Seu principal objetivo foi o de oferecer um cenário do setor da Comunicação Corporativa, nesse que foi um dos seus mais promissores anos, e também e em um momento em que o Brasil experimenta uma das fases mais especiais da sua história. Boa leitura.
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UMA PUBLICAÇÃO CONJUNTA



Você está em Brasil, pequeno demais

Um setor com novo perfil

Carlos Mestieri – O capital multinacional acabou agregando avanços técnicos e administrativos importantes ao setor.
O processo de internacionalização da área da comunicação corporativa já experimentou a sua fase mais intensa e agora passará por uma nova mudança no perfil. Carlos Mestieri, um dos pioneiros na criação de empresas de relações públicas no Brasil, é quem prevê este cenário que, segundo diz, se desenha para o próximo ano. Presidente da Inform, agência onde foi sócio da lendária Vera Giangrande, Mestieri é fundador do Sinco e de entidades que deram o primeiro passo da caminhada que levou o setor a ser considerado uma respeitável atividade econômica. Relações Públicas e advogado por formação, o empresário construiu uma carreira vinculada à construção da imagem de seus clientes, sendo marcante, nesse sentido, o projeto desenvolvido por ele e equipe quando da chegada do McDonald’s ao Brasil, nos anos 80. Diz ele sobre o setor. “A nossa é uma área que recebeu forte contribuição do capital multinacional e com isso agregou avanços técnicos e administrativos importantes. Agora é o momento das fusões e incorporações”, analisa, entusiasmado com a perspectiva de um futuro no qual as empresas dos mais diferentes setores estarão conscientes da importância em investir em comunicação. Só reclama da concorrência predatória que avilta os preços. No mais, o quadro descrito por ele mostra otimismo, inclusive quanto à qualidade da mão-de-obra absorvida pelas agências. Dá como parâmetro a Inform, que formou uma rede independente constituída por empresas nas quais os executivos principais – em sua maioria – são seus ex-colaboradores. Atualmente a agência conta com a consultoria da Thinkers & Makers, comandada por Fernando Eliezer Figueiredo, para a realização de pesquisas qualitativas científicas para projetos envolvendo auditoria de opinião.

De olho na superação de recordes e na conquista do mercado global
Paulo Andreoli entra 2008 enfrentando um problema que é objeto do desejo de 10 entre 10 empresários nacionais: negociar com um grupo internacional de porte o controle do negócio, o que deverá ocorrer no próximo ano, quando a MS&L retomará as negociações para ampliar sua participação no negócio, que hoje é da ordem de 25%. Animado, ele também crê num novo ano de crescimento elevado e em novas conquistas, inclusive de clientes globais. Parceiro de uma agência de presença e prestígio internacionais, vê o negócio da comunicação corporativa como uma atividade que tem por missão resolver questões corporativas de seus clientes, estejam elas na mídia, no governo, nos órgãos regulatórios ou em outro lugar ou público quaisquer. E esse é o diferencial que ele garante ter a Andreoli MS & L no mercado. Diferencial que tem o suporte do grupo francês Publicis, proprietário da MS & L e, por extensão, de um pedaço da agência que preside. Andreoli diz que a oferta de novos produtos permanece entre as prioridades.

Um novo tempo está chegando. Quem for bom permanecerá
Rosâna Monteiro – “a comunicação vai experimentar uma grande demanda”.
Vice-presidente da Abracom e do Sinco e sócia-diretora da Ketchum Estratégia, Rosâna Monteiro, acredita mesmo que “a comunicação vai experimentar uma grande demanda. E o que é importante é o fato de o setor ter conquistado seu espaço como item indispensável ao planejamento das empresas. Tudo porque o consumidor e a opinião pública em geral passaram por transformações significativas”. Há um novo quadro no que diz respeito às questões de cidadania no País e um dos reflexos dessa nova realidade é a imensa preocupação das empresas com os desdobramentos que qualquer contencioso com a sociedade possa ter para a imagem da organização. Tanto que, segundo lembra Rosâna, hoje, quando há uma crise, as empresas já não reagem como antes, convocando apenas o setor jurídico: “os assessores de comunicação passaram a ser fundamentais nessas horas”, assinala. No caso da Ketchum, em particular, o gerenciamento de crises tem grande influência no faturamento da agência. Sobre a qualidade dos serviços de comunicação, ela observa a discussão a respeito das características muito especiais do trabalho dos profissionais brasileiros. E declara que o nosso diferencial, dentro do ofício de RP tradicional, como é da escola americana, está na capacidade de rápida adaptação a situações adversas. Para o cenário atual, as agências devem dar atenção às novas mídias. Surgirão canais inovadores na comunicação e o celular será um desses meios para os quais convergirão todas as tecnologias. Quanto à movimentação de multinacionais, ela acha que será moderada a busca por compra das agências brasileiras. Mas a procura por saídas que fortaleçam as empresas levará o setor a viver uma onda de fusões e incorporações, junto com a aparição de empresas novatas, dispostas a buscar um espaço no mercado. Seja estrangeira ou nacional, todas são bem vindas, segundo garante. Quem for bom permanecerá, completa a empresária.

Multinacionais vieram para ficar
Kiki Moretti – um mercado em ebulição, com aquisições, associações, fusões e incorporações.
As multinacionais comprarão mais empresas no Brasil, as nacionais vão se associar a outras no Exterior e as agências tradicionais passarão por fusões e incorporações, segundo Kiki Moretti, presidente da In Press Porter Novelli. Ela própria tem presenciado a mudança na vida profissional de ex-colaboradoras de sua agência que se organizam, montam estrutura empresarial e estão prontas para o momento da fusão, desde que seja para fortalecer a empresa. No seu caso, essas novas agências contam com o estimulo da In Press, pois elas se tornam parceiras e têm similaridade nos modelos de administração. Para os próximos meses Moretti contará com uma nova área de serviços e a empresa atuará mais fortemente com a retaguarda de consultores. Em meio à euforia do mercado, ela usa a moderação para refletir sobre o comportamento do cliente em relação a preços. Observa que são boas as perspectivas de faturamento e assinatura de novos contratos, mas lamenta o atual posicionamento de médios e grandes grupos empresariais, que estão num processo quase frenético de arrocho de preços, impedindo ganhos adequados, com claros prejuízos mútuos. Kiki entende que os contratos têm de ser justos para que as agências possam entregar aos clientes aquilo que eles precisam e não o que estão dispostos a pagar, até porque muitas vezes o que querem pagar não é o que precisam. O mercado está em expansão e surgem oportunidades em áreas onde as empresas de comunicação não tinham presença ativa. É o caso do setor público, em que a In Press já tem experiência no atendimento a órgãos como a Caixa Econômica Federal e a ABDI. Quando 2008 chegar, a agência deve aumentar sua presença nesse setor e ficará mais próxima dos locais de onde fluem as decisões de Governo, porque estará com um escritório ampliado em Brasília.

O sucesso está reservado para quem profissionalizar a gestão
Pedro Cadina – em 2008 aposta em crescimento de 50%.
Depois de um saneamento administrativo e financeiro, o grupo Via News (formado pelas empresas Célula 1, Via News e Cia.News) está encerrando 2007 com um crescimento de 100% sobre o faturamento de 2006 e já festeja a transferência para uma sede maior e com mais conforto, revela seu presidente Pedro Cadina. Seu maior resultado financeiro vem de serviços de campanha institucional, assessoria de imprensa no Brasil e comunicação internacional. Para o ano que vem, a Via News aposta no crescimento de 50% e Cadina crê que sairá com vantagem que estiver melhor estruturado. Desconfortável com a chamada concorrência predatória, como a imensa maioria dos que apostam e investem em qualidade, Cadina releva a questão apostando que o caminho da consolidação e do crescimento passa pelas empresas qualificadas e que têm uma gestão profissionalizada. Ele, por enquanto, não vislumbra para o seu negócio uma eventual fusão ou associação com outras agências ou grupos empresariais, embora tenha convicção de que o mercado passará por esse processo nos próximos anos. Seguindo a tendência de internacionalização, Cadina mantém acordos operacionais com a Latin Mex, uma rede que atua a partir do México. Assim, a agência pode atender clientes também no Chile, Argentina, Venezuela e Peru. Em 2008 está em seus planos buscar parcerias com organizações de EUA e Europa.

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