Esta edição especial foi produzida conjuntamente pelo Jornal da Comunicação Corporativa, informativo Jornalistas&Cia e Rádio Mega Brasil Online, numa iniciativa inédita. Seu principal objetivo foi o de oferecer um cenário do setor da Comunicação Corporativa, nesse que foi um dos seus mais promissores anos, e também e em um momento em que o Brasil experimenta uma das fases mais especiais da sua história. Boa leitura.
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UMA PUBLICAÇÃO CONJUNTA



Você está em Cenários para 2008

Estabilidade econômica estimula otimismo e previsão de bons contratos

Com a autoridade de quem faturou R$ 40 milhões diversificando atividades na área de comunicação, João Rodarte, principal executivo do grupo CDN, anuncia para 2008 a criação de um setor especializado em empresas que abrem o capital. “Viveremos um período de evolução econômica e as empresas do grupo terão crescimento de 20% sobre um ano pleno de êxitos”, prevê. Em 2007, a administração de crises teve grande importância no elenco de atividades da CDN. O problema com a segurança na Linha Amarela do Metrô em São Paulo foi apenas um dos desafios enfrentados pela agência.
Criada em 1987, pelo também economista João Rodarte (ele atuou como jornalista anteriormente na grande imprensa), a CDN nasceu batizada de Companhia de Notícias, à época com foco de atuação em assessoria de imprensa. Passados 20 anos, o presidente do hoje Grupo CDN (formado por CDN Comunicação Corporativa, CDN Estudos e Pesquisas, CDN Incentiva, CDN Interativa, CDN Publicidade, CDN Eventos e CDN Vídeos) está certo de que o caminho é ampliar os serviços que compõem seu core business.
O atendimento às áreas de governo será, na sua opinião, um dos nichos de mercado onde as oportunidades de bons contratos para as agências de comunicação se mostram mais promissoras. No caso da sua CDN, no entanto, ele enfatiza que suas conquistas na área pública chegaram junto com o governo do PT, pois no anterior, de FHC, com quem tem uma relação de amizade muito forte, o faturamento com contas públicas foi zero. Para o próximo ano a grande novidade da agência será o fim do regime de PJ na contratação de colaboradores. A agência terá ou funcionários CLT ou sócios, caminho, aliás, que segundo diz, está bem adiantado. “Transformaremos em sócios alguns de nossos bons talentos, pois temos absoluta confiança neles e sabemos que estão absolutamente afinados com a cultura da empresa”.

Uma agência em Nova York
Um escritório em Nova York e uma atuação seguindo os mais rígidos padrões internacionais. Este é um dos desafios que devem marcar a atuação da CDI em 2008, de acordo com os planos de Antonio Salvador Silva, presidente da empresa. Ele compartilha da opinião dos analistas que apostam num crescimento econômico de 5% para o País, feito que deverá garantir mais um ano de bons ventos para a atividade, com reflexos positivos também em 2009.
É antevendo este cenário que Salvador faz planos para as suas CDIs, Suporte, Barcelona e LCH7. Sua avaliação é de que 2007 foi um ano auspicioso dentro de uma conjuntura econômica que superou as expectativas. Há seis anos o grupo de agências registra crescimento contínuo oscilando entre 15 a 20%. Ele explica que o resultado positivo tem se dado em razão da conquista de novos clientes e ao avanço de negócios dentro dos próprios clientes. A expansão geográfica também tem peso nesse crescimento e decorre da instalação da agência de uma filial em Brasília.
O trabalho de relacionamento com a imprensa, segundo diz, já não tem a mesma importância estratégica de alguns anos. Na visão dele, houve uma diminuição da migração de jornalistas para as agências e, ao mesmo tempo, um crescimento das ferramentas de relações públicas, além da abertura para a chegada de profissionais mestiços, oriundos de áreas como a sociologia e a propaganda, num cenário que pressupõe equipes cada vez mais multidisciplinares.
No campo administrativo, Salvador se alinha aos que apostam em mudanças por conta de fusões e incorporações. Acredita que esse será o caminho natural e também ideal para o fortalecimento do setor. Um fator que o preocupa é o aviltamento de preços e o posicionamento das agências. Segundo pensa, é com o apuro na qualidade dos serviços oferecidos que as agências ganharão posição. Ele diz que em 2008 a idéia é a CDI manter os investimentos em recursos humanos, ampliar o leque de serviços e permanecer atenta ao mercado internacional, onde têm parcerias na Argentina, Peru, México, EUA, Itália e Japão.

A reconquista do prestígio das relações públicas
Antonio De Salvo – no fundo, no fundo, tudo se traduz como Relações Públicas.
Comunicação corporativa, comunicação organizacional, relações externas e outras denominações remetem às relações públicas. Essa, curta e grossa, é a opinião de Antonio De Salvo, presidente da ADS e profissional precursor deste segmento que está muito perto de freqüentar o grupo dos setores bilionários. De Salvo analisa os movimentos que apontam a multidisciplinaridade nesta área, que ele não deixa de reconhecer, apenas, como RP.
Provocador, o empresário cita o ministro, jornalista Miguel Jorge, como “exemplo de relações públicas bem sucedido. Na área de governo, é histórica a orientação do presidente Garrastazu Médici, ao se dirigir ao público usando recursos de relações públicas. Houve desvirtuamento da designação do cargo e da função, causada entre vários fatores pela regulamentação. Para atuar é obrigatório cursar a faculdade e, como nem todos seguem a lei, a saída é criar nomes novos para uma antiga profissão”. Outra questão ressaltada por ele é que “os jornalistas executaram um trabalho de valorização que os relações públicas não fizeram e assim conseguiram convencer o empresariado que o importante é Assessoria de Imprensa”.
Após esta explanação, de maneira didática, De Salvo dá um tom otimista aos comentários ao falar do futuro das relações públicas e afirma que “nos últimos 10 anos a área vem recuperando o prestígio. Hoje, todas as empresas têm balanço social e sabem que em um regime democrático o poder mais forte é o da opinião pública”.
Em meio à tendência de parcerias e associações com multinacionais, a ADS acredita na globalização, mas não tem planos de incorporação ou fusão com empresas estrangeiras. Por enquanto, ela opera com uma rede independente em 44 países e já é um nome de prestigio no Exterior. De Salvo lembra o caso das torres gêmeas do World Trade Center em Nova York e o registra como um episódio onde toda experiência de sua equipe foi posta à prova.
O atentado às torres gêmeas do World Trade Center colocou à prova toda a equipe da ADS.
Como a comunicação venceu Osama Bin Laden - Era abril de 2001, quando a empresa foi contratada pelo engenheiro Guy Tozzoli, presidente da WTC Association, que reúne os WTCs em todo o mundo, o trabalho era organizar a convenção internacional da qual participariam 101 países. Tudo pronto e o evento, aproveitando os 40 anos de sucesso da bossa nova, tinha como tema o ritmo do brasileiro e seu poder de fascinar as pessoas. A festa aconteceria entre 12 e 14 de outubro de 2001. Um mês antes, no dia 11 de setembro, o presidente da WTC Association saía da cidade de New Jersey para a reunião às 9 da manhã na sede da instituição no 72º andar do Word Trade Center. O trânsito estava ruim e Guy Tozzolli ficou preso no congestionamento em um túnel, deixando os diretores aguardando na calçada do prédio. Ao tentar mudar de caminho, ele viu os aviões atingindo as duas torres... A destruição não impediu a realização da convenção, apesar do receio de uma nova tragédia. Nos dias previstos, em outubro, 98 dos 101 convidados estavam no World Trade Center em São Paulo, cientes de que o ataque não era contra a instituição, e sim um protesto contra o poderio dos EUA. A ADS cuidou de trazê-los ao País ao mesmo tempo em que deflagrou um trabalho internacional a favor da imagem dos Word Trade Center. Em 30 dias houve a reorganização do evento, cujo tema foi alterado para “Paz e Estabilidade Através do Comércio Internacional” e a opinião pública mundial não vinculou a violência à atuação dos WTCs.

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