Esta edição especial foi produzida conjuntamente pelo Jornal da Comunicação Corporativa, informativo Jornalistas&Cia e Rádio Mega Brasil Online, numa iniciativa inédita. Seu principal objetivo foi o de oferecer um cenário do setor da Comunicação Corporativa, nesse que foi um dos seus mais promissores anos, e também e em um momento em que o Brasil experimenta uma das fases mais especiais da sua história. Boa leitura.
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UMA PUBLICAÇÃO CONJUNTA



Você está em Globalização

O mundo de olho no Brasil e o Brasil de olho no mundo

A queda do risco Brasil está atraindo para o País novos investimentos, muitos deles no campo empresarial. Várias organizações chegam ou se preparam para entrar no País, valendo-se das boas condições macroeconômicas existentes. Esse, aliás, é um dos cenários com que trabalha a FSB. A agência considera que “a obtenção do investment grade deverá estimular ainda mais os investimentos e dinamizar o mercado”. Em outras palavras, vêm aí mais negócios para as agências. Mas se o mundo está de olho no B, do BRIC, sigla criada para apontar os quatro países emergentes de maior potencial de crescimento nas próximas décadas (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil ousa olhar cada vez mais para o mundo. E nesse movimento de vaivém há lugar cativo para as agências, seja apoiando o movimento de empresas estrangeiras que desembarcam no País ou a internacionalização de organizações nacionais, como Embraer, Gerdau, Vale, Odebrecht, que hoje lideram conglomerados empresariais em várias partes do planeta, sob o comando de brasileiros, inclusive na Comunicação.
Todo esse movimento tem um sentido prático para as agências: business. Quanto mais internacionais, quanto mais transparentes, quanto mais geridas pelos modernos conceitos de governança corporativa, mais necessitam de comunicação e mais investem na área, sendo esse um outro fator de destaque na composição dos faturamentos e no crescimento das agências em 2007, que provavelmente se repetirá em 2008.

Guinada a vista
A pesquisa realizada por JCC/J&Cia, mais a Rádio Mega Brasil Online, para esta publicação, mostra que há uma aposta, a médio e longo prazos, numa mudança do atual perfil do setor. Embora se diga que há lugar para todos, poucos acreditam que o mercado continuará a conviver com número tão elevado de agências. As estimativas são da existência de 1.100 empresas, que empregam em todo o País perto de 12 mil pessoas, mas o Comunique-se lista mais de 2 mil assessorias cadastradas em seu banco de dados. Um e outro mostram como esse setor é pulverizado e como a comunicação no Brasil é capilarizada. Daquelas, 289 são filiadas à Abracom, entidade que, a exemplo do próprio segmento que representa, cresceu praticamente cinco vezes em seis anos de vida. Inúmeros empresários do setor, para não dizer a esmagadora maioria, apostam que no médio e longo prazos o mercado se acomodará com um número significativamente menor de empresas, o que se dará por possíveis processos de fusões e aquisições e mesmo de encerramento de atividades. Não se pode esquecer, além disso, que muitos empresários começam a chegar a uma idade limite e, sem uma sucessão delineada, terão de tomar decisões corajosas sobre os negócios que construíram e que, em grande parte dos casos, não têm para quem deixar.
Vão vender sua empresa, sua carteira, sua posição no mercado? De que forma o farão? Vão preferir buscar uma fusão? Tentarão atrair investidores para profissionalizar a empresa? Esses investidores existem? Onde? E os pequenos empreendedores, continuarão a chegar ao mercado como fazem ainda hoje?
Essas são perguntas que começam a ser feitas com freqüência cada vez maior e, por enquanto, sem respostas. Quem quer se desfazer do negócio, seja porque está cansado, por doença, por falta de motivação para continuar, hoje não tem alternativas, a não ser contar com a sorte ou com uma “ajuda divina”. Pode eventualmente iniciar um discreto processo de conversações, para ver o que acontece, e torcer para que seu interlocutor não saia por aí contando sobre a conversa.
O fato é que esse quadro certamente favorecerá, num futuro próximo, os empresários, de dentro e de fora, com mais visão de negócio e mais ambiciosos. Serão estes que tomarão a iniciativa, buscando construir negócios maiores e mais representativos, como já existe na publicidade, por exemplo.
Outro fator que justifica essa possível tendência é a certeza de que o mercado, em determinado momento, vai se estabilizar e a única maneira de crescer, quando isso acontecer, será comprando ou se associando a outras empresas, sejam elas rivais ou agências com atuação complementar. Aliás, esta última situação é a que deverá puxar a fila, se esse prognóstico se confirmar, como muitos acreditam.

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