Esta edição especial foi produzida conjuntamente pelo Jornal da Comunicação Corporativa, informativo Jornalistas&Cia e Rádio Mega Brasil Online, numa iniciativa inédita. Seu principal objetivo foi o de oferecer um cenário do setor da Comunicação Corporativa, nesse que foi um dos seus mais promissores anos, e também e em um momento em que o Brasil experimenta uma das fases mais especiais da sua história. Boa leitura.
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Ano Histórico. O setor a caminho de seu primeiro bilhão de reais

As agências de Comunicação vão fechar 2007 com faturamento recorde de R$ 850 milhões, crescimento de 20% sobre 2006. Essa é a boa notícia, mas não a melhor. Confiantes, as empresas apostam em novo crescimento em 2008, que, se confirmado, fará com que, pela primeira vez na história, o setor entre para o seleto grupo dos dez dígitos de faturamento
O entusiasmo de Ivete Sangalo traduz o espírito das agências de comunicação: um ano melhor que o outro.
Na concorrida solenidade de entrega dos prêmios da Editora Três, na noite da última segunda-feira (10/12), no Tom Brasil, em São Paulo, a cantora Ivete Sangalo, eleita a Personalidade do Ano, pela revista IstoÉ Gente, disse, em seus agradecimentos, sentir-se realizada sempre que lhe perguntam se está vivendo o melhor ano da sua vida. E que a felicidade é maior porque há vários anos essa pergunta se repete, numa prova de que ano a ano ela tem conseguido se renovar e se superar.
A saga de Ivete Sangalo nada tem, obviamente, a ver com a Comunicação Corporativa, a não ser pelo fato de que seus shows são cada vez mais requisitados por empresas. Mas não pode haver para o setor das agências de comunicação comparação mais pertinente do que esta, para ilustrar o que aconteceu nesse mercado nos últimos 10 ou 15 anos. A despeito dos inúmeros problemas enfrentados, o setor vem ano a ano se superando e surpreendendo pela excepcional performance de suas agências. E cada ano tem sido, de longe, o melhor ano.
Em 2007, o resultado foi excepcional, histórico, batendo na casa dos R$ 850 milhões, número que dá às agências a certeza de que em 2008 o setor mudará de patamar, passando a freqüentar o seleto grupo do bilhão de reais. E, se no conjunto esse cenário já é quase realidade, individualmente há também números expressivos e surpreendentes para a realidade brasileira: a CDN e a FSB, por exemplo, segundo dados publicados recentemente pelo Valor Econômico, estão batendo na casa dos R$ 40 milhões anuais de faturamento, a primeira crescendo em 2007 30% e a segunda, ao redor de 25%. A terceira e a quarta em faturamento também fecham o ano com números expressivos: são a In Press Porter Novelli, que vai romper a barreira dos R$ 30 milhões, comemorando salto de 11% em relação a 2006; e a Máquina da Notícia, que fechará 2007 com R$ 24,4 milhões, faturamento ligeiramente melhor que o do ano anterior, quando havia faturado R$ 24,2 milhões (detalhe: estabilizado em 2007, o crescimento da Máquina em 2006 foi de espetaculares 44%).
Os números atraem e são importantes para jogar luzes num setor em que até seis anos atrás eles praticamente inexistiam. Mas ainda assustam. Muitos empresários e executivos do setor não abrem seus faturamentos e têm justas alegações para isso: no caso das multinacionais, por exemplo, as matrizes proíbem suas filiais de divulgarem os dados locais de faturamento em prol de números globais consolidados; no caso das nacionais, as razões vão desde a segurança pessoal dos executivos até desconfianças generalizadas em relação à veracidade dos números divulgados.
Mesmo guardando seus números a sete chaves, sobretudo os de faturamento e rentabilidade, não é difícil para quem está acostumado a participar de concorrências saber quanto uma empresa rival fatura. Alguns empresários e executivos ouvidos para esta edição garantem que, ao se associar o número de funcionários ao número e porte dos clientes atendidos, tem-se uma idéia de quanto uma empresa está faturando e quanto tem de margem. Segundo fontes ouvidas pela equipe de reportagem do JCC/J&Cia, para a publicação deste trabalho, as contas top de mercado pagam fees mensais entre R$ 150/200 mil; vindo a seguir os de R$ 50/100 mil, R$ 30/40 mil e, os menores, na base de R$ 10 mil. São obviamente números relativos e hipotéticos, mas ao menos servem para sinalizar alguns dos valores praticados no mercado, sobretudo pelas médias e grandes agências. As pequenas trabalham com outra realidade e outros valores, como mostra muito bem o depoimento dado a esta edição por Gilberto Gonçalves, da Comunicativa, de Campinas: “As pequenas agências como a Comunicativa ou trabalham com expectativas muito realistas ou ’viajam na maionese‘. Acima do previsto, dentro do previsto ou abaixo do previsto, no caso dessas agências, significa: pagamos todas as contas? Sim? Então, ótimo!”
O Jornal da Comunicação Corporativa e o informativo Jornalistas&Cia empenharam-se em fazer, de forma inédita, uma radiografia geral do setor, reunindo informações de um seletivo e expressivo grupo de agências brasileiras e multinacionais que atuam no País. As maiores e mais expressivas do setor participaram do projeto. Mas também um grupo considerável de micro, pequenas e médias agências, o que dá à amostra uma representatividade considerável. Como para muitos os dados de faturamento são tabu, essa informação foi a mais prejudicada no levantamento, mas nem por isso ele perde densidade, já que o conteúdo, no seu conjunto, dá boas pistas da dimensão do setor. Importante ressaltar que são dados declarados pelas próprias agências e a cujas fontes os editores não tiveram acesso. Ao decidir publicá-los, no entanto, damos mostras da confiança depositada nas informações fornecidas por empresas que hoje têm a grande e grave responsabilidade de zelar pela reputação dos seus clientes, razão mais do que suficiente para se crer que zelem também pela sua própria. Mas não se espere desta edição especial um ranking, porque isso efetivamente não foi feito e nem foi essa a intenção dos veículos que se associaram nesta iniciativa. Um quadro com as principais informações obtidas de quase 80 agências mostra em que anos elas foram fundadas, quem são seus principais executivos, quantos funcionários elas empregam, quantos clientes atendem, quanto faturaram em 2007 (cerca de 40% de respostas), quanto cresceram este ano, com que cenários trabalham para 2008, quanto investiram e em que, e como se distribui percentualmente em relação ao faturamento os serviços que oferecem. Nunca antes se divulgou no mercado um levantamento com essa abrangência e com esse nível de detalhamento.

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