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Entre o dedo e o cérebro
Rivaldo Chinem
16/02/2018 11:58:00

Imersos em tecnologia, diversos “oráculos” da comunicação chegam a dizer que estamos à deriva, mas a Professora Pollyana Ferrari da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) discorda: “Não estamos perdidos, mas num momento de mutação”, respondeu à revista E de Miguel de Almeida. “Estamos mudando cognitivamente como seres humanos e também de formato de sociedade: a questão de gênero, de famílias homoafetivas, do trabalho. Administramos plataformas, aplicativos, vivenciamos a liquidez das relações afetivas, só para citar, uma mudança nas grandes cidades quando tem-se mais bichos de estimação do que filhos, algo impensável trinta anos atrás”.

A tecnologia avança numa escala sem precedentes na história da humanidade. Essa mudança causa um choque estrutural muito grande. Tem gente com 30 anos que não está conseguindo acompanhar como também tem gente com 60 que está acompanhando as mudanças. É preciso transitar nesse novo meio e entender o que temos para hoje. A TV está virando outra TV. Vemos televisão de outro jeito. Pedimos pizza de outro jeito, pode ser por um aplicativo, pelo whatsapp da pizzaria do bairro, mas, com certeza, cada vez menos por chamada de voz.

As relações afetivas mudaram, já que as plataformas impuseram outra forma de as pessoas se conhecerem. Agora, basta deslizar o dedo em tela do celular, o que era impensável no começo do século XX.  As redes sociais são o sonho de um mundo conectado onde todos teriam a mesma voz. Deu errado. É tudo ao mesmo tempo agora. O bom e o ruim separados por um clique. Também não assimilamos a tecnologia na mesma velocidade em que ela se desenvolve. Temos então um atraso do corpo, da mente. O tempo do corpo, das estações do ano, das instituições, das escolas é mais lento do que o tempo das plataformas. Compartilhamos os Fake News (Notícias falsas) porque, segundo a Professora Pollyana Ferrari, na maioria das vezes sequer clicamos no texto que recebemos e precisamos de alguns minutos para refletir sobre o que lemos porque o “dedo” (para clicar no compartilhamento ou no curtir) é mais rápido do que o tempo do cérebro para assimilar aquela informação. Ela conclui: “

Precisamos usar as redes a favor de uma construção planetária mais justa e inclusiva, se não, vamos ter cada vez mais bolhas”. Em outros termos, a tecnologia agindo em favor do homem.

 

Rivaldo Chinem é autor vários livros, como “Terror Policial” com Tim Lopes (Global), Sentença – Padres e Posseiros do Araguaia” (Paz eTerra), “Imprensa Alternativa – Jornalismo de Oposição e Inovação” (Ática), “Comunicação Corporativa” (Escala com prefácio de Heródoto Barbeiro), “Marketing e Divulgação da Pequena Empresa” (Senac) na 5ª.edição, “Assessoria de Imprensa – como fazer” (Summus) na 3ª. Edição, “Jornalismo de Guerrilha – a imprensa alternativa brasileira da censura à Internet” editora Disal,   Comunicação empresarial – teoria e o dia-a-dia das Assessorias de Comunicação” , editora Horizonte, “Introdução à comunicação empresarial”, editora Saraiva, “Comunicação Corporativa” editora Escala com prefácio de Heródoto Barbeiro ; e "Comunicação empresarial - uma nova visão da empresa moderna" (Discovery Publicações).



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