:: Reporter JCCCongressistas têm avant première do filme "Real, o plano por trás da história", lançado ontem em cadeia nacionalHenry Wender26/05/2017 16:19:00Lançado ontem em circuito
nacional, o filme “Real, o plano por trás da história” foi apresentado
com exclusividade para os integrantes do 20º Congresso Mega Brasil de
Comunicação, Inovação e Estratégias Corporativa 2017. Os produtores do
filme relataram os desafios para produzi-lo na conferência. “Sem
coragem não se mudará o Brasil”. Este foi o último evento do congresso
que a Mega Brasil Comunicação realizou de 23 a 25 de maio no Centro de Convenções
Rebouças, em São Paulo.
Ricardo Fadel Rihan, o produtor,
destacou que a motivação para produzi-lo foi a falta de engajamento dos jovens
na política e os rumos negativos que a economia já apresentava em 2013, época
da produção do longa, e destacou: “O Plano Real não é obra de um partido,
mas de uma equipe de economistas brilhantes”. Explicou também que dois
elementos caracterizam a produção: a narrativa, em forma de thriller, e o protagonista do filme, um
economista, ao invés de um político. Embora o filme não pretenda ser
partidário, Ricardo Fadel Rihan disse
que encontrou muitas dificuldades para angariar os recursos financeiros para
produzi-lo, já que muitas empresas não quiseram investir na produção cultural
para “não contrariar o poder”.
Mickael Faleiros de Albuquerque, roteirista do filme, disse que demorou três anos para escrever o
roteiro, pois queria que o filme fosse dinâmico e ao mesmo tempo tivesse uma
linguagem sofisticada. Também entrevistou vários personagens da história real a
fim de incorporar características dessas pessoas nos personagens que iriam
representá-las.
Guilherme Fiúza, autor do
livro “3.000 dias no bunker” inspirador do filme, destacou que o longa é
diferente da escola cultural e cinematográfica nacional e que mostra um “momento
virtuoso da política nacional”. O escritor repudia o aspecto político que
ronda a peça artística: “o debate político no Brasil virou uma guerra de
narrativas, mas é coincidência o filme estar sendo lançado em um momento de
quase ruptura institucional, semelhante ao ambiente da época do lançamento do
Plano Real”.
O jornalista Álvaro Bufarah relembrou a época em que
cobria o assunto e destacou: “não havia credibilidade da sociedade e da
imprensa no Plano Real, idealizado por economistas garotos, longe da escola
conservadora de economistas que até então pautavam o país”. Bufarah comemora o lançamento do filme
e diz que “é importante avançar com a comunicação para um contexto histórico
que muitos não conhecem, em especial a geração millenium”.
Por fim, o moderador do
debate, jornalista João José Forni,
que trabalhava no Banco do Brasil à época, relembrou o desafio que foi
distribuir em todo o Brasil 3,5 bilhões de notas de real, o que exigiu uma
logística de guerra.
Para quem assistiu a
conferência, e na sequência o filme, ficou a lição de que reformas estruturantes
em um país demandam não só competência, mas também muita coragem para
ousar.
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