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Congressistas têm avant première do filme "Real, o plano por trás da história", lançado ontem em cadeia nacional
Henry Wender
31/05/2017 11:20:00
"É importante avançar com a comunicação para um contexto histórico que muitos não conhecem, em especial a geração millenium”. (Álvaro Bufarah, jornalista)

Lançado ontem em circuito nacional, o filme “Real, o plano por trás da história” foi apresentado com exclusividade para os integrantes do 20º Congresso Mega Brasil de Comunicação, Inovação e Estratégias Corporativa 2017. Os produtores do filme relataram os desafios para produzi-lo na conferência. “Sem coragem não se mudará o Brasil”. Este foi o último evento do congresso que a Mega Brasil Comunicação realizou de 23 a 25 de maio no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo.

Ricardo Fadel Rihan, o produtor, destacou que a motivação para produzi-lo foi a falta de engajamento dos jovens na política e os rumos negativos que a economia já apresentava em 2013, época da produção do longa, e destacou: “O Plano Real não é obra de um partido, mas de uma equipe de economistas brilhantes”. Explicou também que dois elementos caracterizam a produção: a narrativa, em forma de thriller, e o protagonista do filme, um economista, ao invés de um político. Embora o filme não pretenda ser partidário, Ricardo Fadel Rihan disse que encontrou muitas dificuldades para angariar os recursos financeiros para produzi-lo, já que muitas empresas não quiseram investir na produção cultural para “não contrariar o poder”.

Mickael Faleiros de Albuquerque, roteirista do filme, disse que demorou três anos para escrever o roteiro, pois queria que o filme fosse dinâmico e ao mesmo tempo tivesse uma linguagem sofisticada. Também entrevistou vários personagens da história real a fim de incorporar características dessas pessoas nos personagens que iriam representá-las.

Guilherme Fiúza, autor do livro “3.000 dias no bunker” inspirador do filme, destacou que o longa é diferente da escola cultural e cinematográfica nacional e que mostra um “momento virtuoso da política nacional”. O escritor repudia o aspecto político que ronda a peça artística: “o debate político no Brasil virou uma guerra de narrativas, mas é coincidência o filme estar sendo lançado em um momento de quase ruptura institucional, semelhante ao ambiente da época do lançamento do Plano Real”. 

O jornalista Álvaro Bufarah relembrou a época em que cobria o assunto e destacou: “não havia credibilidade da sociedade e da imprensa no Plano Real, idealizado por economistas garotos, longe da escola conservadora de economistas que até então pautavam o país”. Bufarah comemora o lançamento do filme e diz que “é importante avançar com a comunicação para um contexto histórico que muitos não conhecem, em especial a geração millenium”.

Por fim, o moderador do debate, jornalista João José Forni, que trabalhava no Banco do Brasil à época, relembrou o desafio que foi distribuir em todo o Brasil 3,5 bilhões de notas de real, o que exigiu uma logística de guerra.

Para quem assistiu a conferência, e na sequência o filme, ficou a lição de que reformas estruturantes em um país demandam não só competência,  mas também muita coragem para ousar. 



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