por Gabriela
Alves
Atento
a situação econômica e social que o Brasil enfrenta e a constância de suas mudanças,
o debate do Fórum de Pensamento foi
mediado pelo jornalista Haisem Abaki
abordou o tema “Brasil real e o Brasil
dos sonhos”, no qual foram discutidos visões estratégicas para o país, com
os convidados Mário Ernesto Humberg,
coordenador Geral do Pensamento Nacional das Bases Empresariais, Renato Meirelles, sócio-diretor do Data
Popular, e Roberto Livianu,
presidente do Movimento do Ministério Público Democrático.
Com
quase 40 anos na área de comunicação corporativa, Mário Ernesto acredita que a
melhor forma de conseguir um Brasil melhor é perseguindo uma visão estratégica
dos objetivos de forma a não perder o enfoque, mesmo que lentamente. Segundo
ele, o Brasil dos sonhos requer o socialmente correto, o economicamente forte,
o ambientalmente sustentável, o politicamente democrático e, por fim, o
eticamente respeitável, que se classifica como o fator mais distante do alcance
devido ao déficit no sistema de educação.
A
falta de respeito às leis foi citado por Roberto Livianu como grande problema
do país: “temos um problema ético”. Por meio da comparação aos demais países
sobre a educação e a necessidade da fiscalização em cumprimento de regras, Livianu
selecionou o populismo, corporativismo e patrimonialismo como os maiores
problemas públicos e julgou a sociedade brasileira como materialista e
individualista.
O
individualismo na visão de Renato Meirelles é o que dificulta a compreensão do
que é, de fato, o Brasil: “o entendimento de onde viemos e a diferença que
encontramos no outro é fundamental para entender a situação que o Brasil está”. Meirelles ainda incitou o pensamento ao
passado mediante à situação atual: “quando lembrar que estamos em crise, lembre
dos 80% de inflação ao mês que enfrentamos anos atrás”.
O
sistema eleitoral brasileiro também foi assunto tratado no debate, considerando
que apenas 13% da população confiam na Presidente da República atualmente. A
forma como o sistema funciona ‘deixa a desejar’ e é ineficiente. O voto
facultativo, baseado em modelos internacionais, no caso, foi argumentado e
colocado como possibilidade “sem imediatismos” segundo os convidados.
A
ouvinte do debate, Neise Soares,
assessora de comunicação dos Sindicatos dos Hospitais da Bahia, tem uma opinião
formada sobre o tema: “o que queremos pro Brasil está o tempo todo latejando,
com novos fatos sendo jogados em nossa frente e pedindo o tempo todo uma reflexão”.
Depois
do prolixo discurso e das apresentações de variados pontos de vista, o
jornalista Haisen Abaki finalizou: “acho que vamos ficar uns bons dias
refletindo sobre isso tudo que falamos aqui”.
Pensamentos do Fórum
“Crise
é oportunidade de mudanças”- Mario Ernesto Humberg
“A
lei não pode ser instrumento de vingança”- Roberto Livianu
“O
Brasil passa por a crise de representação: como as pessoas vão poder escolher
um representante se elas não representam nem a si mesmo, se elas não conhecem
nem seus direitos e nem seus deveres?”- Roberto Livianu
Sobre os profissionais de comunicação
Roberto
Livianu - “O jornalista precisa ter extremo cuidado com a ética ao fazer
comunicação, não pode deixar que seu ponto de vista esconda ou altere a
verdade. É necessário saber usar seu poder e o saber o senso de
responsabilidade diante o país, zelando reputações e diferenciando o direito a
informação e o direito a intimidade”.
Mario
Ernesto Humberg - “Temos, como comunicólogos, o papel de mudar as empresas e
instituições no sentido da ética e respeito às pessoas”.
Renato
Meirelles - “Tarefas para um bom comunicólogo:
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Ser real e honesto em uma postura de transparência
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Entender a melhor forma de transmitir a mensagem para cada tipo de público
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Levar o processo de formação diante da comunicação, ir além de superficial”.
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