Falar da importância da liderança para o desenvolvimento
organizacional e uma comunicação mais
eficaz é quase uma retórica exaustiva. Sabemos da relevância de uma gestão
baseada no desempenho de um líder. É notável que a liderança passou a ser um
elemento formador da base de vantagem sustentada, muito mais como alicerce na
gestão do capital do que como finalidade de recursos humanos.
Essa foi a tônica da palestra de Cesar Bullara, professor do ISE Business School, que encerrou o Seminário de Comunicação Banco do Brasil e
Previ, no Rio de Janeiro. “Liderar é liberar a capacidade criativa das
pessoas, visando atingir objetivos de acordo com os valores da organização. Tal
nível de comprometimento leva consigo uma dupla exigência: que a liderança seja
digna da confiança dos seus liderados e que os liderados sejam por sua vez,
dignos da confiança do líder”, explica Bullara.
A existência de um ambiente cada vez mais competitivo torna
mais evidente a necessidade de cuidar das pessoas. A chave do sucesso
empresarial, agora, mais do que em qualquer outro momento, centra-se na
capacidade de gerar um verdadeiro comprometimento do colaborador com a
organização. “Todos sabemos que esta é a principal tarefa do líder”. No
entanto, muitos se esquecem que o comprometimento do colaborador é a
consequência do interesse manifestado pela liderança.
Hoje, a ascensão profissional é rápida e o enriquecimento em
curto prazo são os principais anseios dos profissionais entre 18 e 30 anos de
idade, a chamada geração Y. Esses novos profissionais querem a primeira
promoção no trabalho em, no máximo, doze meses a partir da contratação. Podemos
perceber a partir dessa breve definição que não só o conceito formal de
liderança se modificou ao longo das últimas décadas, como, sobretudo, a forma
com que os profissionais vislumbram a relação com as organizações numa
sociedade motivada pela informação e pela diversidade.
A liderança dentro de uma empresa deve ser vista como uma
possibilidade de solução e de trabalho em equipe. Como profissional auxiliador
da empresa, o Comunicador é figura fundamental para estabilização do clima
organizacional. Uma questão importante para a formação e a atuação desse profissional
diz respeito ao entendimento dos comportamentos humanos no contexto
organizacional, tendo em vista que toda sua atuação está pautada na dimensão da
organização e seus anseios. A maneira de agir do gestor de comunicação precisa
ocorrer de forma relacionada e de cooperação com os outros profissionais de
gestão.
“Não somos incentivados a criar, a desenvolver nossa
capacidade criativa como um impulso natural; na maior parte das vezes, apenas
vivemos organizacionalmente pressionados por uma exigência de sobreviver. Ainda
somos poucos aqueles que podemos efetivamente desempenhar nossas funções como
criadores e gerenciadores de conhecimento”, ressaltou o professor.
Talvez o maior desafio para os próximos cinquenta anos seja
como resolver a disparidade entre as classes sociais em países menos
favorecidos do ponto de vista de geração de riqueza para que, de forma
preventiva, se gerencie as insatisfações e intolerâncias mundiais. E exercendo
a liderança, com pessoas preparadas, que
se comuniquem de forma eficaz e, consequentemente, com uma visão integrada, tornará
o exercício profissional mais fácil e com maior capacidade de relacionarmos. “Nossa
capacidade de se relacionar para que
estejamos aptos a atuarmos como agentes de mudanças e, principalmente, para que
tenhamos tolerância à frustração, contribuirá sensivelmente na promoção da mudança dentro das
organizações”, finalizou Bullara.
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