Nove em cada
10 pessoas ouvidas em pesquisa efetuada em 12 países dizem esperar um
relacionamento mais significativo com as marcas. Mas menos de duas acredita que
as marcas fazem isso de forma correta.
Os dados
fazem parte do Brandshare, pesquisa
anual da Edelman Significa, que foi
apresentado no painel exclusivo no Seminário
de Comunicação organizado pela Mega
Brasil, com o patrocínio do Banco do
Brasil e Previ – Caixa de
Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil.
O estudo, em
sua segunda edição, mostra que as marcas não estão conseguindo criar relações
mutuamente benéficas com os consumidores. Dois terços (66%) acreditam que esses
relacionamentos são unilaterais e de valor limitado, enquanto a grande maioria
(70%) dos consumidores globais acredita que a única razão pela qual as marcas
se relacionam com eles é um desejo egocêntrico por aumento de lucro.
No Brasil, o
cenário se confirma. “Os consumidores estão compartilhando conteúdos das marcas
e suas informações pessoais, adquirindo produtos, recomendando, defendendo
marcas, mas sentem que não estão ganhando muito em troca”, acredita Rodolfo Araújo, líder de Pesquisa e Conhecimento
na Edelman. “As expectativas dos consumidores em relação às marcas cresceram
muito e as pessoas esperam mais dessas interações.”
O estudo apontou
que 87% das pessoas em 12 países, entre eles Alemanha, Austrália, Brasil,
Canadá, China, França, Holanda, Índia, Japão, México, Reino Unido e Estados
Unidos, buscam interações significativas com as marcas, mas apenas 17%
acreditam que elas fazem isso corretamente.
A pesquisa
revela que para estimular ações positivas as marcas agora precisam atender a
três tipos de necessidades dos consumidores: racional, emocional e social. Os
comportamentos que mais tendem a estimular o consumidor a comprar, recomendar e
defender uma marca são aqueles mais fortemente relacionados à combinação de
suas necessidades emocionais e racionais. Isso foi confirmado em todos países
pesquisados. As pessoas estão buscando maior capacidade de resposta,
participação e envolvimento das marcas.
As
necessidades sociais, apontadas pelo estudo como um novo tipo de necessidade do
consumidor, vão além das definições tradicionais de responsabilidade social
corporativa e sustentabilidade. As marcas precisam compartilhar suas convicções
e assegurar que os consumidores enxerguem seus propósitos e visões de futuro.
Ir ao encontro das necessidades sociais potencializa os resultados atingidos
por meio do comportamento das marcas, e aumenta a probabilidade de os
consumidores dividirem informações pessoais e compartilharem conteúdos da
marca.
Uma troca de
valor efetiva requer convicção e comprometimento por parte das marcas, com
declarações claras em relação ao seu propósito. O conceito de storytelling deve
ser ampliado – o consumidor quer ser coautor das histórias. Os diálogos devem
gerar respostas das marcas, que devem se atualizar e se adaptar com a
velocidade do real-time.
“É cada vez mais importante que exista
alinhamento entre as ações de marketing e comunicação corporativa para
assegurar que a mesma história será ouvida e compartilhada adequadamente entre
os consumidores”, acredita Ana Julião,
diretora geral da Edelman Significa no Rio de Janeiro. “As marcas precisam
envolver as pessoas de forma que sejam significativas para elas e adequar áreas
tradicionais, como atendimento ao cliente, à estratégia de marketing”.
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