-4730

Em breve... Em breve...

Marcelo Ficher apresenta dicotomias da hiperexposição e dá dicas para resolver a comunicação

O Relações Públicas e professor Marcelo Ficher fez uma provocação ao iniciar sua apresentação, no segundo dia do Seminário de Comunicação BB e Previ, que a Mega Brasil Comunicação realiza até amanhã no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro.  Segundo ele, o momento pelo qual vivemos é "a crise da imagem do discurso e do discurso da imagem, o que gera uma mudança comportamental sem precedentes.  Ficher fez um panorama da quantidade de dicotomias que vivemos como consequência da mudança comportamental que tem submergido das tecnologias cada vez mais disponíveis, amigáveis,  e deu dicas de como dar a volta por cima.

O desafio foi abordar o tema "Tendências de comportamento e oportunidades de comunicação" e o resultado não poderia ter sido outro que não uma plateia atenta e antenada em todo o discurso.    

A era dos RPs

Marcelo Ficher disse que um dos exemplos mais icônicos de como o grau de exposição a que o ser humano passou a ficar exposto com as novas demandas geradas a partir das novas tecnologias foi o caso da gaúcha que xingou o jogador, chamando-o de macaco. "Sua atitude, em outras eras ignorada, porque vivenciada longe do interesse das câmeras, passou a refletir o grau de exposição ao qual passamos a ficar todos expostos, a partir das atitudes que tomamos", explicou.  E não são poucas as dicotomias que passamos a enfrentar como decorrência dessa exposição: privacidade x público; vida online x offline; fidelidade do seu jeito de ser x percepção do que se espera que sejamos para alcançarmos um objetivo ou exposição técnica x espontaneidade ou autenticidade; interesses locais x regionais + tecnologia e conexões x simplicidade e naturalismo. 

Ficher lembrou que o papel dos comunicadores é cada vez mais fundamental, porque nunca foi tão importante ter ética e transparência em um momento em que para perder uma reputação que leva-se anos para construir, basta um post. Para ele, devemos ser a consciência interna (de nós mesmos e de nossas organizações) que vai nos proteger da vigilância externa, e o dilema está em identificar nossa responsabilidade nos processos de disputa pela audiência online e pelo que é genuinamente da esfera pública e privada.  "Vivemos a era dos RPs, que vão trabalhar a identidade com foco nas consequências; arrumar a casa antes de abri-la para as visitas. É preciso saber em todas as esferas da Comunicação o que nosso trabalho é capaz de gerar de consequência para nós, nossas organizações e nossas marcas", disse.

Tendências e desafios

Como tendências, Marcelo Ficher citou a revalorização do mundo real, a simplificação da vida e a volta da experiência própria, de presenciar coisas, não apenas ler relatos da vida dos outros.  Como desafios, os profissionais de comunicação deverão combater o mito da falta de fiscalização e tratar o discurso como ação: "É preciso fazer mais e falar menos, para recuperar a confiança sobre o que fazemos", complementou.



Voltar