O momento em que vivemos,
caracterizado por mudanças sociais de toda ordem, turbulências econômicas,
competitividade, e, sobretudo, pela corrida acirrada em favor do tempo, nos
leva a valorizar o mundo externo, deixando muitas vezes, uma lacuna em nós
mesmos. Esta falha, ou vazio, poderá ser preenchida pelo diálogo interior, que,
com alguns instantes de dedicação fará toda diferença em nosso comportamento e
em nossa qualidade de vida.
Para muitas pessoas, comunicar-se
significa apenas interagir com os outros, no entanto, é primeiramente, uma
interação consigo mesmo. Refiro-me a comunicação intrapessoal, uma dimensão
capaz de nos levar a uma ‘’visita em nossa casa’’, em nosso mundo interior,
pois, a partir do diálogo com você, é possível uma melhor interação com o mundo
externo.
Nesse processo, a pessoa que exercita
sua comunicação intrapessoal adquire uma consciência de sua presença, do que
está sob seu poder de controle e mudança e do que não está. Ela sabe, por
exemplo, que pode controlar as próprias emoções, mas não pode controlar as dos
outros. Pode controlar sua decisão, mas não as consequências derivadas dela.
No exercício de uma comunicação
consigo mesmo, para obter respostas ao diálogo interior, é preciso se
perguntar, ainda que muitas perguntas sejam consideradas conflitantes, como:
‘’eu senti inveja? ’’, ‘’tive raiva, ciúmes? ’’, ‘’ fiquei frustrado? ’’,
‘’tive medo?’’, ‘’me coloquei além das expectativas?”, ‘’fui inocente?’’, e
outras indagações que podem trazer algum desconforto. Devemos enfrentá-las, pois
além de obter respostas elas também funcionam como estímulos para provocar
pensamentos e reflexões.
No processo de comunicação
intrapessoal todas as perguntas que nos fazemos, por mais simples ou desagradáveis
que sejam, objetivam nos depararmos com o nosso íntimo.
Sugiro a você algumas questões para
sua primeira ‘’entrevista’’ consigo mesmo, porém, tenha em mente que elas
servem apenas para ‘’abrir-lhe a porta’’ e você deve ‘’entrar’’. São exercícios
de autoconhecimento, para levá-lo a ser ‘’mestre
de si’’.
Outras questões certamente surgirão a
partir de seu próprio repertório de vida; inclua-as a cada prática. O ideal é
não pensar muito para responder, para que seus bloqueios psicológicos não se
ergam e impeçam o ‘’aquecimento’’ desta conversa. Se desejar, anote suas
resposta e reações para cada questão.
As interpretações de si que
gradativamente você passará a desenvolver, lhe permitirão a realização e busca
cada vez mais refinada de seus pensamentos e atitudes, razão pela qual comparo
este breve estudo com a Pedagogia de Sócrates: ‘’Conhece-te a ti mesmo. ’’
Pergunte-se, avalie-se converse com
você:
Quem
é você?
·
Como
está sua vida hoje?
·
Você
se considera feliz?
·
O
que as pessoas pensam de você?
·
Você
tem muitos amigos?
·
Quantas
pessoas a sua volta se preocupam realmente com você?
·
Você
se julga uma pessoa tímida?
·
Você
consegue olhar nos olhos das pessoas?
·
Quando
alguém lhe faz uma pergunta inesperada, como você reage?
·
Você
é sincero consigo mesmo?
·
Você
dá a sua opinião quando solicitado?
·
Você
se sente frustrado por não ter dito o que pensava em uma reunião de trabalho ou
com os amigos?
·
Você
está pensando antes de responde a estas perguntas?
·
Você
é do tipo que só se manifesta quando solicitado?
·
Você
costuma dizer o que pensa?
·
Você
fala com naturalidade com pessoas de nível hierárquico superior ao seu?
·
E
com pessoas de nível hierárquico inferior?
·
Você
tem medo de enfrentar situações novas?
·
Como
você está se sentindo com estas perguntas?
Esta autoavaliação é um instrumento
que favorece as respostas que muitas vezes parecem tão difíceis de serem
respondidas, mas que são ouro para indicar suas qualidades, seus defeitos; o
que o perturba, o que liga seu sinal de alerta, enfim,
gera controle de emoções, tolerância, respeito próprio, visão de suas
qualidades e melhor percepção dos outros.
Desfrute deste questionário para
olhar-se como se você fosse outra pessoa lhe observando. As respostas e
pensamentos são exclusivamente seus. Use de toda sua sinceridade às perguntas,
pois, dessa forma, enxergará a pessoa que você é, com um olhar acolhedor e
principalmente, sem autocrítica.